quinta-feira, 26 de março de 2009

VADE RETRO EGO PENADO



Estava assistindo a um programa de televisão, quando o apresentador começou a entrevistar um delegado de polícia, a respeito de um crime recente.
De repente, o delegado se aborreceu com uma colocação do apresentador, tirou o headphone e “saiu fora” da entrevista, deixando o repórter que estava ao seu lado, e o próprio apresentador, sem graça.

O apresentador reagiu, obviamente, com indignação, pelo que chamou de “falta de educação” do delegado. Natural. Só que não parou mais de se indignar! E ficou se indignando durante um bom pedaço de tempo. Passando do que seria considerado como uma reação normal.

Comecei a conjecturar o motivo que o fez se indignar tanto e ficar reclamando disso por mais tempo que o esperado – e suportado. Vamos ver.

Ele estava ao vivo, o que o deixou mais sem jeito, pois, se fosse gravado, teria tido tempo para pensar numa boa resposta, ou, poderia usar a praticidade de um corte.

Enquanto o homem falava, veio uma palavra em meu coração: ego. O que??
Ego, Mônica. Isso é dor de Ego ferido. Somente o Ego age assim.

A partir daí, viajei.

As pessoas fazem muitas piadas quando o cara linguarudo morre, a respeito da necessidade de haver dois caixões (já sabe, né? um para ele, outro para a sua língua ... essa é velha!). Mas se esquecem de uma outra coisa que não cabe no caixão: o EGO.

Aliás, não é só no caixão que ele não cabe não.
Dizem por aí que não se deve ter apego às riquezas materiais, pois nada disso se leva para o céu. Ou para o inferno.

Mas o ego também não dá para levar para nenhum dos dois lugares. Já imaginou o cara “cheio de ego” tentando negociar com o anjo que guarda a entrada do céu? O anjo diz: “Meu irmão, Ego no céu não entra! Aqui todo mundo é igual; somos todos irmãos.”

Então, o coitado do Ego, vai tentar um “quadradinho” lá embaixo ...
Encontra um “demoniozão”, muito do mal encarado, que lhe diz: “Pode “meter o pé”, que grande aqui só o cara lá debaixo”!

Coitado do Ego, nem no cemitério ele conseguiu uma vaguinha! O cara da funerária já tinha barrado sua entrada, dizendo: “Nesse caixão só cabe um! Fala lá com a família pra eles comprarem um adicional – tamanho Extra-grande – que aí, então, eu coloco você!

O Ego bem que tentou dar uma subornada no coveiro, pra se amalocar na tumba do morto, mas, nada feito também.

Por isso, que o que as pessoas chamam de “alma penada” é ego puro! É o Ego penado que fica assombrando os outros por aí!

Se morto não pode levar o seu ego junto, aqui na terra, vivo, também não é de bom tom sair carregando o ego pra tudo quanto é lugar. Existem lugares aonde não pega nada bem andar “cheio de ego”; é até de mau gosto. Vejamos alguns.

Igreja
- Nananinanão! Levar o ego para assistir culto é, no mínimo, uma heresia! Lá dentro só Um é que pode ser grande!

Para fazer novela - Vai ser barrado por causa da superlotação.

Programa de Rádio – Só cabe um porque o espaço é muito pequeno.

Programa de TV – Quem ganhar todos os rounds fica. É a lei da selva: ganha o mais forte.

Então, para terminar, aí vai um conselho amigo:
Quando for conhecer os pais daquela pessoa com quem pretende se casar, deixe o ego em casa. Por precaução.
Na entrevista de emprego também, tá?


Vade retro Ego penado!


Mônica Sampaio
monica_sampaio_melo@hotmail.com

Um comentário:

Mônica Sampaio de Melo disse...

A pessoa quando se torna pública, devido à profissão que exerce, tem que grudar os pés no chão firmemente, pois essa exposição pode gerar uma grande confusão. Confusão de identidade. Ela passa a se sentir como se fosse Deus. Acha que está acima do bem e do mal, que pode tudo! E por trás está a ameaça velada: Olha, senão eu falo isso no ar!
E com isso ela perde o senso de tamanho-próprio. Ela não "se cabe" mais!. O seu quadrado torna-se pequeno demais! É então que ela começa a querer se meter no quadrado dos outros.
A pessoa que se torna pública e notória deveria ser mais bem educada do que as demais, pois ela é formadora de opinião; tem que dar o (bom) exemplo.
Isso me lembra a conversa de hoje, entre a Ana e a Priscila, do BBB9, que li no G1, a respeito da Francine. As moças se lembraram que a Fran é ex-miss ABCD (não sei o que isso significa, desculpe). E que uma miss é uma espécie de exemplo de mulher, segundo as duas "encarceiradas". Finalizaram, dizendo que a Fran, então, era um exemplo às avessas.
Amigos jornalistas, radialistas, apresentadores; amigos que estão de alguma forma, expostos ao público; que exemplo vocês estão dando? Acredite, a classe pode ser mais valorizada com o tipo de exemplo que apenas um profissional der. E desvalorizada também.